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domingo, 26 de maio de 2013
domingo, 21 de abril de 2013
sexta-feira, 15 de março de 2013
Relatório da ONU prevê 'catástrofe ambiental' no mundo em 2050
http://g1.globo.com/natureza/noticia/2013/03/relatorio-da-onu-preve-catastrofe-ambiental-no-mundo-em-2050.html
Pobreza
extrema deve ser motivada também por degradação do planeta.
Estima-se
que mais de 3 bilhões vivam na miséria nos próximos 37
anos.
Apesar
dos investimentos de vários países em energias renováveis e sustentabilidade, o
mundo pode viver uma "catástrofe ambiental" em 2050, segundo o Relatório de
Desenvolvimento Humano 2013, apresentado nesta quinta-feira (14) pelo Programa
das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).
Ao fim
dos próximos 37 anos, são estimadas mais de 3 bilhões de pessoas vivendo em
situação de extrema pobreza, das quais pelo menos 155 milhões estariam na
América Latina e no Caribe. E essa condição demográfica e social seria motivada
também pela degradação do meio ambiente e pela redução dos meios de
subsistência, como a agricultura e o acesso à água
potável.
Amazônia dá sinais de degradação por causa das mudanças climáticas (Foto: Divulgação/NASA/JPL-Caltech) |
De acordo
com a previsão de desastre apresentada pelo relatório, cerca de 2,7 bilhões de
pessoas a mais viveriam em extrema pobreza em 2050 como consequência do problema
ambiental. Desse total, 1,9 bilhão seria composto por indivíduos que entraram na
miséria, e os outros 800 milhões seriam aqueles impedidos de sair dessa situação
por causa das calamidades do meio ambiente.
No
cenário mais grave, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) global diminuiria
15% em 2050, chegando a uma redução de 22% no Sul da Ásia (Índia, Paquistão, Sri
Lanka, Nepal, Bangladesh, Butão e Maldivas) e de 24% na África Subsaariana
(todos os países ao sul do Deserto do Saara).
Chinesa pedala com máscara para se proteger da forte poluição em Pequim (Foto: China Daily/Reuters)
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Mudanças
climáticas e pressões
As mudanças climáticas e as pressões sobre os recursos naturais e ecossistemas têm aumentado muito, independentemente do estágio de desenvolvimento dos países, segundo o relatório. E o texto também destaca que, a menos que sejam tomadas medidas urgentes, o progresso do desenvolvimento humano no futuro estará ameaçado.
As mudanças climáticas e as pressões sobre os recursos naturais e ecossistemas têm aumentado muito, independentemente do estágio de desenvolvimento dos países, segundo o relatório. E o texto também destaca que, a menos que sejam tomadas medidas urgentes, o progresso do desenvolvimento humano no futuro estará ameaçado.
O Pnud
aponta, ainda, que os protestos em massa contra a poluição ambiental têm
crescido em todo o mundo. Por exemplo, manifestantes em Xangai, na China,
lutaram por um duto de águas residuais (provenientes de banhos, cozinhas e uso
doméstico em geral) prometido, enquanto na Malásia moradores de um bairro se
opuseram à instalação de uma refinaria de metais de terras raras – 17 metais
conhecidos como "ouro do século 21", por serem raros, valiosos e de grande
utilidade.
O
relatório reforça também que as principais vítimas do desmatamento, das mudanças
climáticas, dos desastres naturais e da poluição da água e do ar são os países e
as comunidades pobres. E, para o Pnud, viver em um ambiente limpo e seguro deve
ser um direito, não um privilégio. Além disso, sustentabilidade e igualdade
entre os povos estão intimamente ligadas.
Desastres
naturais em alta
Além disso, de acordo com o texto divulgado nesta quinta-feira, os desastres naturais estão se intensificando em todo o mundo, tanto em frequência quanto em intensidade, causando grandes danos econômicos e perdas humanas.
Além disso, de acordo com o texto divulgado nesta quinta-feira, os desastres naturais estão se intensificando em todo o mundo, tanto em frequência quanto em intensidade, causando grandes danos econômicos e perdas humanas.
Apenas em
2011, terremotos seguidos de tsunamis e deslizamentos de terra causaram mais de
20 mil mortes e prejuízos aos EUA, somando US$ 365 bilhões (R$ 730 bilhões) e 1
milhão de pessoas sem casas.
O impacto
mais severo foi para os pequenos países insulares em desenvolvimento, alguns dos
quais sofreram perdas de até 8% do PIB. Em 1988, Santa Lucía – localizado nas
Pequenas Antilhas, no Caribe – perdeu quase quatro vezes seu Produto Interno
Bruto (PIB) por causa do furacão Gilbert, enquanto Granada – outro país
caribenho – perdeu duas vezes o PIB em decorrência do furacão Iván, em
2004.
Desafios
mundiais
O relatório do Pnud ressalta, ainda, que os governos precisam estabelecer acordos multilaterais e formular políticas públicas para melhorar o equilíbrio das condições de vida, permitir a livre expressão e participação das pessoas, administrar as mudanças demográficas e fazer frente às pressões ambientais.
O relatório do Pnud ressalta, ainda, que os governos precisam estabelecer acordos multilaterais e formular políticas públicas para melhorar o equilíbrio das condições de vida, permitir a livre expressão e participação das pessoas, administrar as mudanças demográficas e fazer frente às pressões ambientais.
Um dos
grandes desafios para o mundo, segundo o texto, é reduzir as emissões de gases
que provocam o efeito estufa. Apesar de os lançamentos de dióxido de carbono
(CO2) na atmosfera parecerem aumentar com o desenvolvimento humano, essa relação
é muito fraca, destaca o Pnud. Isso porque, em todos os níveis de IDH, alguns
países equivalentes têm uma maior emissão de CO2 que
outros.
Além
disso, pode haver diferenças grandes entre as províncias ou estados de um mesmo
país, como é o caso da China. Esses resultados, de acordo com o relatório,
reforçam o argumento de que o progresso humano não demanda um aumento no uso de
CO2, e que políticas ambientais melhores poderiam acompanhar esse
desenvolvimento.
Segundo o
Pnud, alguns países já têm se aproximado desse nível de desenvolvimento, sem
exercer uma pressão insustentável sobre os recursos ecológicos do planeta. Mas
responder globalmente a esse desafio exige que todas as nações adaptem suas
trajetórias.
Os países
desenvolvidos, por exemplo, precisam reduzir a chamada "pegada ambiental", ou
seja, quanto cada habitante polui o planeta (como se fosse um PIB do meio
ambiente). Já as nações em desenvolvimento devem aumentar o IDH, mas sem elevar
essa pegada. Na visão do Pnud, tecnologias limpas e inovadoras podem desempenhar
um papel importante nesse processo.
Mas, para
reduzir a quantidade necessária de emissões de gases de efeito estufa, os países
dos hemisférios Norte e Sul têm que chegar a um acordo justo e aceitável para
todos, como compartilhar as responsabilidades, informa o
relatório.
Acordos e
investimentos
Na Rio+20, Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, realizada no Rio de Janeiro em junho de 2012, foi negociado entre os governos da região da Ásia e do Pacífico um acordo para proteção do maior recife de corais do mundo, o chamado Triângulo de Coral, que se estende desde a Malásia e a Indonésia até as Ilhas Salomão. A área é responsável por fornecer o sustento para mais de 100 milhões de pessoas.
Na Rio+20, Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, realizada no Rio de Janeiro em junho de 2012, foi negociado entre os governos da região da Ásia e do Pacífico um acordo para proteção do maior recife de corais do mundo, o chamado Triângulo de Coral, que se estende desde a Malásia e a Indonésia até as Ilhas Salomão. A área é responsável por fornecer o sustento para mais de 100 milhões de pessoas.
Além
disso, alguns países estão trabalhando juntos na bacia do Rio Congo para
combater o comércio ilegal de madeira e preservar o segundo maior território
florestal do mundo. Bancos regionais de desenvolvimento também apresentaram uma
iniciativa que conta com US$ 175 bilhões (R$ 350 bilhões) para promover o
transporte público e ciclovias em algumas das principais cidades do
mundo.
Outra
parceria envolve a China e o Reino Unido, que vão testar tecnologias avançadas
de combustão de carvão. Já os EUA e a Índia firmaram um acordo para o
desenvolvimento de energia nuclear na Índia.
Alguns
países também estão desenvolvendo e compartilhando novas tecnologias verdes. A
China, o quarto maior produtor de energia eólica do mundo em 2008, é também a
maior fabricante global de painéis solares e turbinas para geração de energia
pelo vento. E, na Índia, os investimentos em energia solar aumentaram 62% em
2011, chegando a US$ 12 bilhões (R$ 24 bilhões) – os maiores do planeta. Já o
Brasil elevou seus investimentos tecnológicos para energias renováveis em 8%,
chegando a US$ 7 milhões (R$ 14 milhões).
Promessas
Até2020, a
China também prometeu cortar suas emissões de dióxido de carbono por unidade de
PIB em 40% a 45%. E, em 2010,
a Índia anunciou reduções voluntárias de 20% a 25%. Além
disso, no ano passado, políticos coreanos aprovaram um programa para reduzir as
emissões de fábricas e usinas de energia.
Até
Na
Rio+20, Moçambique anunciou ainda uma nova rota de economia verde. E o México
promulgou recentemente uma lei para reduzir as emissões de CO2 e apostar em
energias renováveis.
No Fórum
de Bens de Consumo da Rio+20, as empresas Unilever, Coca-Cola e Wal-Mart –
classificadas entre as 20 melhores multinacionais do mundo – também prometeram
eliminar o desmatamento de suas cadeias de
abastecimento.
Além
disso, a Microsoft prometeu que em 2012 se tornaria nula em emissões de carbono.
E a companhia Femsa, que engarrafa bebidas – como a Coca-Cola – na América
Latina, manifestou que obteria 85% de suas necessidades energéticas no México a
partir de recursos renováveis.
Mas,
apesar de muitas iniciativas promissoras, ainda existe ainda uma grande
diferença entre as reduções de emissões necessárias e essas modestas promessas,
destaca o Pnud.